Governo e organizações da mulher defendem igualdade na divisão de trabalho doméstico
Da Agência Brasil
Brasília – As mulheres brasileiras se envolvem com o trabalho doméstico cerca de duas a três vezes mais que os homens. Segundo pesquisa feita pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) em 2007, enquanto as mulheres dedicam 27 horas semanais às tarefas do lar, os homens passam 10 horas.
Rebecca Tavares, representante do Unifem Brasil e Cone Sul, acredita que a ideia de que a mulher é a responsável por cuidar da casa é um preconceito cultural e universal. "Não é só o Brasil, é o mundo todo. Mas alguns países do norte da Europa já estão mudando isso", afirma.
De acordo com a representante, a sociedade não sabe a importância da divisão do trabalho doméstico entre o casal. "Trabalhar em casa é um impedimento para a ascensão profissional da mulher", opina. Como primeiro passo para a mudar a situação, ela aconselha que governo e sociedade promovam uma campanha de conscientização.
Para Rebecca, é necessário ainda que o governo ofereça incentivos fiscais a empresas que reconhecem o cargo que a mulher ocupa fora do trabalho. Ela defende maior flexibilidade de horário para as mulheres, creches nas instituições e aumento do tempo da licença-paternidade para 180 dias, mesmo tempo da licença-maternidade.
A Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) é um acordo de promoção da igualdade de oportunidades e tratamento para homens e mulheres trabalhadores com responsabilidades familiares, seja com filhos ou qualquer parente que precise dos cuidados.
Segundo a gerente de projetos na área do trabalho da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), Eunice Léa de Moraes, a proposta de assinatura do acordo pelo Brasil precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional, mas o governo e os trabalhadores já se posicionaram a favor. Apenas o setor empresarial é contra a adesão.
Eunice disse que as medidas do governo para diminuir a carga de trabalho doméstico da mulher são projetos de infraestrutura. Entre eles estão a ampliação de creches e centros de saúde e um projeto para que a licença-maternidade seja estendida a todas as trabalhadoras. Ela afirma ainda que a OIT, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego e a SPM, realizou campanhas e seminários sobre a Convenção 156 e a importância do acordo.
Edição: Rivadavia Severo
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